quinta-feira, 28 de maio de 2015

Na Prática 2 e 3, do Bassline à Progressão de Acordes

Aqui vão outras duas aulas, dando seguimento à produção de nossa track!

Aula 2 - Linha de Baixo


Aula 3 - Progressão de Acordes

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Na Prática 1 - Kicks e Snares a partir de samples

Dei início à primeira video-aula do Fazer música eletrônica. O professor ainda não está em plena forma, muita coisa precisa ser melhorada ainda mas o importante é ter um ponto de partida! 

Essa é a primeira aula da série Na Prática, em que eu espero montar uma track passo a passo, mostrando aspectos interessantes da produção assim, on the fly. A ideia é montar uma track puxando para o prog (progressive house/trance, algo em torno de 132bpm), para ilustrar bem a orquestração e a programação de synths. 

Nesta aula, mostro como se fazem kicks e snares a partir de samples, com a técnica chamada layering (em camadas). O resultado é um som com bastante potencial. Sejam bem-vindos!


Quaisquer sugestões, críticas, dúvidas, não deixem de postar nos comentários :) 

terça-feira, 26 de maio de 2015

Synth1, o poder do Nord Lead2 em seu computador e grátis!

Os teclados Nord são o sonho de consumo de muitos por conta de sua impressionante flexibilidade e qualidade de som. Nesse post mostro que você pode ter, grátis, todo o poder do sintetizador da marca, o Nord Lead2 (Red Synth). Acontece que o mesmo algoritmo foi recriado em VST pelo japonês Ichiro Toda e você pode usá-lo na comodidade do seu computador. 

Existem vários sintetizadores VST gratuitos de boa qualidade, mas poucos conseguem realmente competir com um comercial em termos de qualidade de som. Estamos diante de um desses. O Synth1, desenvolvido pelo japonês Ichiro Toda, modela com perfeição o Red Synth, o sintetizador do famoso teclado Nord Lead 2.

Nord Lead 2

Ele apresenta todas as características do Red Synth e mais algumas para facilitar a vida dos produtores de música eletrônica. 

  • 2 Osciladores principais + 1 Sub.
  • Síntese FM, Ring Modulation, Envelopes, Sync. 
  • 4 tipos de filtros com distorção.
  • 2 LFOs, com opção de sincronizar com o bpm da sua música no host.
  • Arpeggiator, também sincronizável.
  • Delay por tempo (sincronizável), chorus e flanger.
  • Legato e portamento
  • Polifonia de 32 notas
  • 128 presets
  • Muito leve no sistema (realmente, não consome nada de CPU). 
  • Habilitado para automação. 
Com certeza não é o synth mais bonito que você vai encontrar por aí, mas não desista só pela impressão do visual. O som realmente vale a pena!!! Veja a Demonstração: 


Baixe o sintetizador clicando aqui: http://www.geocities.jp/daichi1969/softsynth/
(Nao se assuste com o japonês do site, é só procurar o link downloads e escolher a versão correta para seu sistema: Windows/Mac, VST/AU). 



sexta-feira, 22 de maio de 2015

Tracktion 4 está sendo disponibilizado de GRAÇA!

Se você está procurando um programa faz-tudo de produção musical (de qualidade comparável aos grandes como o Cubase, o Ableton e o Logic) mas não tem dinheiro aqui vai uma dica!

A versão 4, lançada em 2013, do software Tracktion está sendo disponibilizada gratuitamente pelo site da empresa. Para baixar, basta clicar no título T4 FREE, fazer seu cadastro e baixar. A última versão do programa é a 6 e custa apenas 60 dólares. Mas dá para usar tranquilamente a versão 4, que nem é tão antiga assim.

A grande vantagem do Tracktion é que ele está disponível para Windows, Mac e Linux. Além disso, aceita os plugins VST, tem bom suporte MIDI e muitos recursos de edição de audio. Abaixo segue um passo a passo de como baixar.

1. Acesse: http://www.tracktion.com

2. Clique no título T4 FREE, como mostra a imagem: 

3. Preencha seu cadastro e clique em continue



4. Após confirmar a sua conta (pelo e-mail), você vai poder baixar o programa de graça. Escolha as opções marcadas abaixo:



5. Confira se o total diz Free e clique no lugar indicado: 



6. Curta o programa, faça um som e compartilhe com a gente!




Dúvidas, só postar nos comentários! (ou comente no Facebook em https://www.facebook.com/fazermusicaeletronica)


quinta-feira, 21 de maio de 2015

5 dicas para produzir com eficiência

Produzir música eletrônica envolve tanto o lado da composição musical como o lado técnico de engenharia de audio. A complexidade dessa tarefa pode fazer com que apareçam uma série de fantasmas quando estamos tentando fazer um som: a falta de inspiração, a falta daquele timbre que eu gostaria, a má qualidade geral do som, o ter uma ideia legal e não conseguir desenvolver mais do que algumas batidas, etc. etc. e etc. Pensando nisso, trago aqui 5 dicas de eficiência na produção que podem mandar embora vários desses fantasmas.

#1 Crie uma pasta/lista de samples e presets interessantes

Sempre que você estiver navegando entre os teus samples e presets e achar alguma coisa interessante, dê um jeito de guardar essa informação. Pode ser criando uma pasta de "Sons legais", ou fazendo uma lista em algum lugar. O importante é que ter um lugar mais objetivo onde procurar sons que possam te inspirar. 

Tente dar nomes a esses sons de funções que eles podem ter na música: "baixo ideal para dubstep", "pad para um som mais sombrio", "synth legal para harpejos", etc. 

Uma boa organização desses sons pode te livrar muito facilmente do fantasma da falta de inspiração. 

#2 Comece pelo essencial 

Cada estilo de música eletrônica tem uma característica essencial e é ela que você deve trabalhar em primeiro lugar. Veja os exemplos:

House e Techno: São estilos em que o groove é muito valorizado. Vale a pena começar a ter ideias para a música toda fazendo uma batida bem cativante e uma boa linha de baixo.

Trance e Prog: Comece pensando nos acordes e na melodia central. A idéia é que toda a música chegue no clímax, onde esses acordes e essa melodia estão sendo tocados em sua forma mais completa. 

Drum and Bass, Dubstep, etc.: Linhas de baixo. Construa linhas de baixo interessantes e molde a batida em torno delas.

Claro que você não precisa seguir a risca isso. O essencial é que você reconheça um aspecto-chave no estilo de música que você estiver produzindo. Algo por onde você possa começar tranquilo, sabendo que o resto girará em torno disso.  

#3 Planeje a estrutura da música

Uma vez que você tem a parte central da sua composição já pronta, pense em como a música pode se desenrolar a partir dela. Faça, então, a estrutura da música.

Os programas têm recursos diferentes para estruturar a música: o Ableton Live tem os locators no modo arranjo e as cenas no modo live,  o FL Studio tem os padrões, o Reason tem os blocos. Caso você não se habitue os recursos de estruturação do software que você usa, você pode usar o bom e velho papel e caneta (ou lápis, lapiseira, giz de cera...), ou mesmo um arquivo no bloco de notas. 

O importante é planejar em que momento da música diferentes elementos vão entrando ou coisas vão mudando, formando algo com começo, meio e fim. Cada estilo de música tem uma estrutura típica, mas você não precisa se prender a isso: apenas saiba, antes de começar a desenvolver cada parte da sua música, quais você deve desenvolver e onde cada uma delas deve encaixar. 

#4 Faça arranjos que tornem o som "denso"

As bandas de frequência do seu som devem ser preenchidas sabiamente e de acordo com os objetivos da sua música. Não pode ficar nada sobrando e nem faltando. 

Um bom jeito de conseguir um som denso e completo é orientar pelo espectro as melodias auxiliares, as ambiências e tudo o que não for parte do essencial da sua música. Isso é dizer: só adicione um instrumento novo (ou uma frase nova) se isso for preencher um espaço que está fazendo falta para deixar o seu som denso. Não coloque coisas que vão deixar tudo confuso. (Ver o post sobre mixagem

O prêmio para quem pensa na densidade do som na hora de produzir é uma mixagem e masterização mais simples, só precisando fazer um ajuste ou outro. Um bom jeito de acabar com o fantasma da má qualidade sonora. 

#5 Sinta-se à vontade para não cumprir nada disso

Essas dicas servem para ajudar e não para bloquear aqueles que têm um método diferente e que funciona. Você não precisa seguir nada do que te falam se você já descobriu um jeito de fazer coisas legais e que soem bem. Apenas tenha uma razão por trás das tuas escolhas e saiba onde procurar ajuda para aquilo que ainda não sabe fazer. 

Se alguém tiver outras dicas de como produzir de maneira eficiente, deixe um comentário! 


terça-feira, 19 de maio de 2015

Samples de boa qualidade e grátis!

Como eu prometi, eu ia divulgar aqui quando eu encontrasse samples bons e de graça. O site musicradar.com está disponibilizando vários (mais de 100) packs de samples de graça. São samples para todos os estilos de música, de heavy metal a trance. Vocês podem baixar a vontade e usar. A única coisa que eles pedem é para não re-distribuí-los. O link é esse:

Vocês escolhem o pack pelo slideshow da página, logo abaixo do título. Coloquei um print aqui para vocês darem uma olhada: 



Eu estou testando alguns desses packs e são muito bons, realmente. Logo mais posto um som feito com alguns desses samples! Aproveitem!


segunda-feira, 18 de maio de 2015

Obtendo qualidade de som: básicos para uma boa mixagem

Um dos principais desafios ao produzir música eletrônica é o da qualidade sonora. É muito fácil que o nosso som soe amador: falta de corpo, de brilho, de definição, etc. Quero trazer nesse blog uma série de conceitos que podem ajudar quem estiver produzindo a atingir um som de qualidade profissional. Para muitos isso será novidade, para outros, algo muito óbvio mas que sempre vale a pena ser recordado. Começo por falar algumas coisas sobre mixagem. 


Estou chamando de mixagem o processo de juntar todos os canais da sua música em um único, o Master. Mixar é diferente de masterizar. Mixar envolve os efeitos, controles de volume e de timbre que vamos atribuir a cada canal para que o conjunto de todos os canais possa soar bem. Masterizar é trabalhar com o resultado da mixagem, algo que abordarei em outra oportunidade. Vamos às dicas sobre mixagem:


#1 Se a escolha dos instrumentos for ruim, a mixagem não fará milagres.

Não adianta. Os sons que você escolher para a sua música precisam ter uma função cada um. É melhor fazer uma música com poucos instrumentos, mas cada um com o seu papel muito bem definido do que lotar o seu estúdio com vários instrumentos redundantes. 

Procure que cada instrumento ocupe sua faixa no espectro de frequências do som. Escolha instrumentos que tenham uma faixa bem definida nesse espectro. Para ajudar nisso, existe essa famosa tabela para referência:


Leve em conta, também, que cada nota que o instrumento toca vai ocupar um pedaço diferente do espectro. Tenha isso em conta na hora de compor o que cada instrumento vai tocar: não adianta nada ter instrumentos com faixas potencialmente diferentes que tocam suas frases nas mesmas frequências. 

#2 Capriche na equalização de cada instrumento

Equalizar um instrumento serve para basicamente duas coisas:
  • Acentuar a função do instrumento na música, dando destaque à faixa de frequência que ele deve ocupar.
  • Tirar o destaque das frequências que o instrumento não deve ocupar.
A melhor forma de acentuar uma faixa de frequência é diminuir o volume das outras faixas. O ouvido humano se agrada mais com a ausência do que com o excesso. 

Não corte simplesmente as frequências que o instrumento não deve ocupar. Isso pode prejudicar o caráter do som. Deixe-as num volume que não afete o destaque dos outros instrumentos, simplesmente. 

#3 Destaque as batidas com compressão paralela

Ao invés de aumentar o volume das suas batidas de forma que elas fiquem estouradas, mande as a um canal paralelo e aplique compressão. Esse canal com a compressão será responsável pelo encorpar da batida e o canal sem a compressão dará a dinâmica. 

#4 Não esqueça do balanço (panning) de cada canal

Da mesma forma que cada instrumento deve ter um lugar no espectro de frequências da sua música, o som stereo pede que cada instrumento ocupe seu lugar no espaço sonoro. Para isso é importante garantir que:

  • O essencial da batida, principalmente o kick, seja mono. Dessa forma, ocupará o centro do espaço sonoro. 
  • Efeitos que interferem no espaço sonoro, como o reverb e o delay, estejam coordenados em cada instrumento. 

#5 Pequenos ajustes constroem um grande som

Mantenha seus ajustes pequenos, no essencial. A combinação desses pequenos ajustes é o que garante a boa qualidade do som final, que deve ser orgânico. 

Tentar resolver seus problemas com um efeito milagroso (limitadores, compressores multibanda, etc.) pode deixar seu som artificial e sem dinâmica. 

#6 O volume final deve ser baixo

O que se busca numa mixagem é o preenchimento de todas as faixas de frequência, o que quer dizer um som encorpado e rico. Isso é muito diferente de um alto nível de decibéis, o que você deve evitar a todo custo. 

Procure deixar o volume no canal master ter seu pico em até 75% da faixa aceitável (sem clipar). Isso dá espaço para o trabalho de masterização. 

Uma boa música comove mesmo com o volume baixo!

Acho que por enquanto é só! Por favor, comentem caso tenham dúvidas, ou coisas a acrescentar!!






Destaque Musical #1

sábado, 16 de maio de 2015

A importância dos Samples


O uso de trechos de diferentes sons (falas, músicas, sons da natureza, etc.) é uma característica fundamental da estética eletrônica. Esse recurso é quase tão antigo quanto a própria música eletrônica e está presente tanto nas pistas de dança quanto nas academias de música erudita. Vamos abordar aqui como esses trechos, denominados samples, são utilizados nos principais estilos e como você, em suas produções, pode incorporá-los tanto para melhorar a qualidade do seu som quanto como um recurso criativo

Boa parte dos produtores de música eletrônica tem uma experiência enquanto DJs e uma característica de todo bom DJ é ser uma enciclopédia ambulante de música, conhecendo um número muito grande de gravações e o que se enquadra em cada ocasião. Por causa disso, muitos desses produtores fazem sucesso com produções quase que inteiramente feitas de samples. Muitos acham isso controverso, já que poderia ser uma forma de plágio. Eu, pessoalmente, acho que se trata de uma arte muito bem-vinda, já que consegue reunir em uma única música a riqueza de várias outras.

Um exemplo disso é a música Praise You, do Fatboy Slim. Ela envolve basicamente duas músicas:


Outro exemplo é a música Eple, do Röyksopp, que é feita sobre um sample dessa música: 

No primeiro caso (Fatboy Slim), os samples são usados com poucas modificações. No segundo, é possível perceber que o Röyksopp colocou um delay e montou sua melodia alterando o pitch (tom) do sample. 

Existem também músicas feitas inteirinhas com pequenos pedaços de inúmeros samples. Um exemplo bem característico é a música New Process do Akufen. 

Outros produtores, contudo, não baseiam suas músicas em samples, embora os utilizem com frequência nas batidas, ou para acentuar um ponto ou outro da música. No caso das batidas, um exemplo crucial é o Amen Break, que está presente nas batidas desses estilos, principalmente: breakbeat, do hip-hop,  do garage, do jungle e do drum and bass. Trata-se de uma frase de bateria da música Amen Brother da banda de funk The Winstons (1969). Acho que é um dos samples mais utilizados no mundo e praticamente todo mundo o reconhece em sua versão normal, mais rápida e mais lenta. Ouça no vídeo abaixo: 


O house também é um estilo de música eletrônica que raramente fica sem samples, mas nesse caso, os samples complementam a melodia feita em sintetizador. Em geral são samples de falas ou de instrumentos reais, principalmente sopros, baixos e guitarras. A música One Day do Bakermat é um exemplo disso, tendo trechos de um discurso do Martin Luther King e frases tocadas em sax. 

Esses são os casos mais óbvios de usos de samples. Mas existe outra forma de se utilizar samples que envolve pegar pequenos pedaços, jogar efeitos e usá-los como se fossem um instrumento. A música house francesa é conhecida por fazer isso, usando síntese subtrativa (filtros) sobre os samples,  e o grande nome é o duo Daft Punk (esse video mostra vários casos). Dizem que o pessoal do Daft Punk não conseguiu o direito de samplear uma algumas músicas, então contrataram músicos para reproduzir as músicas que eles queriam samplear, recortaram trechos dessa gravação e aplicaram efeitos sobre eles. Haja paixão. 

Caso você queira produzir música eletrônica, utilizar samples é uma arte e existem mil maneiras de aplicar bem esses trechos de outras gravações. Mesmo que você não esteja interessado em utilizar samples de forma alguma em suas melodias, eu recomendo fortemente o uso de samples de batidas no fundo das batidas que você mesmo fez, como se fosse um eco (procure pela técnica de layering). Isso ajuda a deixar o seu som mais orgânico além de dar mais dinâmica nas batidas, o que é essencial - principalmente - em estilos Dance. 

Usar samples sempre traz consigo a dor-de-cabeça dos direitos autorais. Por isso, uma série de empresas cuidam desse lado burocrático e lançam pacotes de samples que você pode comprar e utilizar sem preocupação. O problema disso é que queremos ser originais, e às vezes esses samples já são usados por muita gente. Minha dica é usar esse tipo de pacote somente para batidas (loops e samples de bateria) e, se for usar outros tipos de samples, aplique bastante efeito para descaracterizá-los. Duas empresas muito famosas nesse ramo são a Loopmasters e a Vengeance

Existem pacotes grátis de sample que são muito bons e vou buscar deixá-los informados sobre isso neste blog. Por ora, recomendo dar uma viajada pela biblioteca de audio do www.freesound.org. É um site colaborativo, em que várias pessoas podem postar samples e todos eles são livres de direitos autorais (em geral, usam a licença Creative Commons). A grande vantagem é que como a biblioteca é muito grande e diversa, há mais chances de os samples que você encontrar não serem usados por quase ninguém. O problema é que dá mais trabalho ficar procurando sample por sample do que ter um pacote que te dá tudo de mão beijada. Mas o destino sempre recompensa os bons pesquisadores... 


sexta-feira, 15 de maio de 2015

Ouvir música eletrônica na internet?

Certo, vamos dizer que você quer ouvir música eletrônica e não conhece NADA a respeito. Ou então, que você já está cansado das mesmas listas de top 10, 50 e até 100, sempre com os mesmos nomes. Ou ainda, você quer conhecer um pouco mais sobre um determinado estilo de música eletrônica. Vamos lá.

www.di.fm

A primeira opção em qualquer dos casos acima será sempre encontrar uma boa rádio de música eletrônica. E por boa eu quero dizer uma rádio que sempre renova suas listas e te permite, então, conhecer muita coisa sem você enjoar. A maior parte das rádios, no entanto, toca a mesma coisa sempre e a não ser que você queira ouvir tudo o que há de mais comercial nesse meio, não vai te permitir conhecer nem 0,5% do que se faz de melhor em música eletrônica. 


Logo de cara recomendo, então, que vocês vão direto à radio di.fm (simples assim: di ponto fm). Esse é, na minha opinião, o melhor lugar para ouvir música eletrônica, por um simples motivo: eles tem vários canais separados por estilo/gênero e até sub-gênero. Se você quiser ouvir techno, vai ter um canal só de techno. Se quiser ouvir tech-house, tem canal só de tech-house. Quer ouvir drum and bass? Tem canal de drum and bass, jungle e liquid dnb. Quer relaxar? Tem canal de chill-out, lounge, e muito mais. Tem até um canal de Electronic Pioneers, para você ouvir o pessoal dos anos 40, 50, 60...





Como fazer música eletrônica?

Você se encantou com algum hit de Dance Music e viu que também poderia ter seu futuro fazendo sucesso nas pistas? Você se cansou da sua banda de rock porque ninguém leva os ensaios a sério e decidiu fazer tudo sozinho, com um som de vanguarda? Você passou numa loja de música e ficou encantado com os sintetizadores e outros aparelhos mirabolantes? Você tem mil ideias de músicas que seriam interessantes, mas nunca as consegue colocar em prática?  

Para os casos acima, e muitos outros, saber fazer música eletrônica é uma grande opção! É um estilo de produção musical bastante versátil, que atende às necessidades e aos gostos de quase todo mundo que queira se aventurar nesse caminho e permite fazer coisas maravilhosas com uma estrutura relativamente simples (mas não sem muito estudo e dedicação de tempo). 

O essencial é ser tarado pelos botões...
Muita gente associa a música eletrônica a Dance Music, às músicas de balada, de puts puts, etc. De fato, boa parte do que há no mainstream desse tipo de som está voltada à pista de dança. Mas, na verdade, música eletrônica é nada mais do que a música tocada por instrumentos eletrônicos: samplers, sintetizadores, baterias eletrônicas, sequenciadores, etc. 


A música eletrônica começou, portanto, com o desenvolvimento desses instrumentos principalmente a partir da década de 40 (Musique Concrete/Elektronische Musik). Seu nicho inicial era a música erudita. Somente nos anos 70 é que popularizaram-se os sintetizadores e Giorgio Moroder, baseando-se na música disco, criou os fundamentos do que chamamos hoje de Dance Music. 

Fato é que esses instrumentos se desenvolveram de tal forma que hoje, tendo um computador razoável, é possível produzir uma orquestra inteira de instrumentos eletrônicos sem sair do conforto da nossa escrivaninha. E é isso que imagino que interesse ao marinheiro de primeira viagem na produção de música eletrônica. Falemos aqui, portanto, das principais ferramentas que você precisa para começar a produzir seu som. 

Então por onde começar?

Você não vai querer começar a fazer música eletrônica comprando sintetizadores, mesas de som, alto-falantes e uma porrada de cabos em uma loja e montando uma subsidiária da companhia elétrica na sua casa. Não, isso tudo não é necessário nem quando você quiser mover para algo mais profissional. Hoje em dia, para fazer música eletrônica de qualidade basta um computador que possa rodar um tipo de programa que te forneça um estúdio virtual, com acesso a diferentes sons (samplers e sintetizadores virtuais) e a uma forma de reproduzi-los em sequência (sequenciador): simples assim. 

Existem vários programas para isso, com diferentes preços e graus de dificuldade. Há também os programas grátis e de código-aberto. Com algumas exceções, esses programas requerem muito trabalho para te recompensarem com boa qualidade de audio. 

Esqueça isso...
Sempre que você for procurar um programa, veja se ele tem suporte para plugins VST: máquinas virtuais (sintetizadores, efeitos, etc) que você pode ir adicionando ao seu estúdio. O seu programa já pode vir com alguns deles, mas saiba que existem inúmeras opções para ir incrementando mais tarde, desde os gratuitos até os super-arrojados que você só vai conseguir comprar quando realmente estiver fazendo sucesso. 

Indico abaixo três dos principais estúdios virtuais (ou DAWs). São os que eu mais tive experiência. O importante é que você não compre nada logo de cara, baixe as demos e veja se se adapta bem ao programa. Todos eles apresentam bom suporte na internet e é possível encontrar vários tutoriais no youtube, principalmente em inglês. 

A. Image-Line FL Studio

Esse programa é o querido de muita gente (e meu também, para muitas ocasiões). É muito fácil de usar com a interface bem voltada para a música eletrônica e já vem com alguns instrumentos e efeitos poderosos. A única desvantagem é que ele funciona somente em Windows, embora haja uma versão beta para Mac circulando por aí. Eu recomendo começar por experimentar esse programa. 
Preço: 99 dólares (versão fruity) e 199 dólares (versão producer)

Existe uma alternativa freeware para esse programa que se chama LMMS. A interface é bastante parecida, mas menos estilos. Os plugins inclusos são bastante poderosos, mas envolvme mais conhecimento para se obter bons resultados. Ele suporta VSTs em Windows e Linux, mas não em Mac. Mesmo assim, roda bem nos três sistemas. 
Preço: gratis!!

B. Propellerhead Reason

Se você gosta de botões, cabos, LEDs, racks, e outras coisas da aparelhagem física de estúdio essa é uma opção legal. O Reason simula um rack físico, em que você tem que conectar os instrumentos e efeitos com cabos e tudo mais. Apesar de apresentar uma qualidade sonora excelente, ele apresenta duas desvantagens: não aceita plugins externos (somente os comercializados pela própria empresa deles) e não dispõe de muitos recursos que facilitam o fluxo de trabalho. Mesmo assim, é uma máquina muito poderosa e largamente utilizada pelos produtores. Está disponível para Windows e Mac. Eu recomendo testar: há quem ame e quem odeie. 
Preço: 99 dólares (versão essentials) e 399 dólares (versão standard)


C. Ableton Live

O Live é a opção da maior parte dos produtores que eu conheço. É um programa também muito voltado para a produção de música eletrônica e com o diferencial de apresentar recursos específicos para a performance ao-vivo e improvisação. Dá para produzir músicas nele de diversas formas, o que o torna muito versátil e poderoso. Para obter a melhor qualidade do som dele, no entanto, é preciso aprender a configurar bem os efeitos de áudio e o canal master. Se você conseguir, você tem uma ferramenta incrível em suas mãos. É compatível com Windows e Mac e apresenta uma comunidade de usuários bastante ativa.
Preço: 79 Euros (versão intro), 349 Euros (versão standard) e 599 Euros (versão suite). 



Screenshot do Sunvox: para quem tem coragem!
Certamente há muitas outras opções que eu não mencionei aqui, seja por nunca ter usado o software, seja por que o julgo inadequado para iniciantes. No primeiro caso posso mencionar duas opções que cabem no bolso o MU.LAB e o REAPER. São programas bastante elogiados, que tem uma versão free limitada e a versão completa custa menos de 50 dólares. No segundo caso, posso mencionar o fabuloso mundo dos Trackers, um tipo de software que segue uma estrutura muito diferente e apresenta uma história a que se deve muito respeito. Trackers não são as opções mais fáceis de utilizar, mas quem estiver interessado recomendo tentar o Jeskola Buzz (compatível com Windows) ou o Sunvox (compatível com várias plataformas), que são grátis e tem uma comunidade bastante viva. O Renoise é um programa fora de série, não muito caro e que pode ser tentado também por aqueles que preferem os Trackers (Algum dia faço um post só sobre esse tipo de programa). 

Programas como o Pro Tools, Cubase e o Logic são mais avançados e com um enfoque maior em gravação e edição de áudio. São ótimos programas, há quem goste muito de utilizá-los. Eu, pessoalmente, acho que para a música eletrônica eles acabam dificultando o processo criativo. 

Próximos Passos?

Muita gente recomendaria agora conseguir um bom controlador MIDI para não ter que ficar fazendo o som pelo teclado do computador, um conjunto de monitores para ter um som bastante fidedigno e aí por diante. Eu não acho que isso seja necessário. Contanto que você tenha bons headphones, com que você se sinta confortável, e sempre busque ouvir os sons que você produz em outros lugares que não no seu headphone, você não precisa de monitores agora. Os controladores MIDI são uma questão de conforto, e eu os recomendo para quem está interessado em fazer performances ao vivo. 

O que eu recomendo então? É simples: estudar. E por estudar eu quero dizer: ouvir muita música, conhecer os vários estilos de música eletrônica, tentar compor coisas nesses diferentes estilos como exercício, dominar o seu programa de estúdio digital. Para esses próximos passos você vai encontrar bastante apoio aqui neste site. Seja muito bem-vindo!

Primeiro post

Estou inaugurando este blog com o intuito de compartilhar com o público da web o conhecimento sobre música eletrônica que fui adquirindo no decorrer dos anos. Existem muitos outros recursos na internet sobre isso, mas há pouco material escrito em português e poucas pessoas relatando suas experiências, especialmente no que se refere à produção de música eletrônica.

Aqui quero trazer a relatos da experiência que tive e tenho com a música eletrônica, tanto em termos de produção como de mixagem. Vou apresentar vários recursos interessantes tanto para quem está começando como produtor ou DJ como para quem já tem um tempo na estrada. Também quero compartilhar notícias sobre o que está rolando na cena atualmente e resenhas de releases. Sem mais delongas, já na postagem seguinte dirijo-me àqueles que querem se iniciar na produção de música eletrônica!

Good times, mate...